terça-feira, 1 de junho de 2010

Paz

O que é Paz?

  1. Ijuí, RS, sábado, 16 de janeiro de 2010, 03h32min.
  2. O que é paz?
  3. Desta pequena pergunta me surgem muitíssimos pensamentos.
  4. O primeiro pensamento que me é sugerido pela minha mente é que significado tem esta pequena palavra para mim mesmo?
  5. Não tenho geralmente paz de espírito. Vivo em um turbilhão de sentimentos que me surgem na mente motivados pelas privações de que sou sujeito e objeto.
  6. Sim, sou sujeito de privações muitíssimas... Sou objeto destas privações... Sou objeto de outras ações, de outras vontades que não a minha. Sou objeto. Sou sujeito. Não sou o agente sobre minha realidade, não posso agir sobre ela, sou impotente diante dela.
  7. Tenho necessidades sexuais normais as quais não posso satisfazer naturalmente, por que não sou casado ou não tenho companheira.
  8. Sou privado de certas necessidades não biológicas, de natureza social, por que tenho poucos amigos e amigas e meus parentes ou familiares – minha família se resume a meu Pai e Mãe e dois filhos a quem amo com todo o meu transitório ser – talvez não me dêem a atenção que eu deseje, ou pelo menos do modo como eu desejaria tê-la.
  9. Sou privado financeiramente de certas possibilidades por ganhar uma aposentadoria muito pequena, que não me permite satisfazer a todas as minhas necessidades. Isso, pelo menos no que se refere ao nível ou padrão de vida que levo.
  10. O que é paz para mim?
  11. Em primeiro lugar, paz para mim será o dia em que for feita a justiça que espero em meu Senhor Deus, meu Senhor Espírito Santo, meu Senhor Jesus.
  12. Justiça que me trará de volta tudo o que é meu por direito.
  13. Se houver justiça terei paz. Estarei em paz com o mundo a minha volta, em primeiro lugar.
  14. Se eu voltar a ter condições financeiras de me sustentar, terei paz, os problemas que me afligem sumirão, dando-me uma paz inestimável, pois as necessidades que tenho serão então satisfeitas...
  15. Isto é paz em parte apenas.
  16. E se eu tivesse tudo o que desejo da vida? Ainda que não tivesse reconhecimento pelo meu trabalho, ou que não ficasse famoso por compor músicas, ainda que nada disso acontecesse em minha vida no futuro longínquo ou próximo, ainda assim, se eu tivesse tudo o que desejo da vida, eu seria então feliz, poderíamos dizer assim. Felicidade traz paz?
  17. Talvez felicidade seja a própria paz.
  18. Penso nos bilhões de pessoas no nosso mundo de hoje. Somos mais, infinitamente mais pessoas que no início da história humana.
  19. Penso em como estes bilhões de pessoas que coexistem comigo, hoje, poderiam ser felizes. Como dar felicidade a eles e elas?
  20. Impossível. Não se dá a felicidade a ninguém.
  21. Então como eu poderia ser feliz, sabendo que bilhões de pessoas talvez não tenham as mínimas condições de se tornarem felizes?
  22. Esta reflexão me torna um pouco mais pacífico em meus sentimentos para comigo próprio. Sinto, então, que a minha paz depende de momentos em que estou consciente de minha realidade.
  23. Há pessoas que sentem a paz independentemente de se estão em uma boa situação ou em má situação.
  24. Sentem paz por sua disposição natural frente aos problemas da vida.
  25. Se o sentimento de paz é algo que não depende da situação vivida ser boa ou ruim, se esta paz independe de condições financeiras, da felicidade de ter ou ser qualquer coisa, então a paz é um sentimento, que pode ser então aprendido.
  26. Se podemos aprender a paz, como sentimento, diante das dificuldades da vida, no que ela poderia nos ajudar, nos auxiliar?
  27. O que a paz mudaria na vida das pessoas que passam fome se elas sentissem essa paz?
  28. Penso que a fome é a maior falta de paz. O pior de todos os sentimentos é o sentimento de que sua fome não está sendo satisfeita com alimento!
  29. Penso então que nada me falta, ainda que tenha inúmeros problemas com coisas que dizem respeito a mim mesmo!
  30. Por que minha fome é satisfeita...
  31. Se há fome, não há paz.
  32. Se há culpa em meu coração, não há paz.
  33. Se há problemas inúmeros, não há paz.
  34. E se há doença? Há paz? A dor tira a paz de alguém?
  35. Existem milhões de pessoas que sofrem de dores imensas.
  36. Estas dores tiram-lhes a paz.
  37. Eu também sofro de pequenas dores.
  38. Sinto, então, que minha paz independe de minha situação, que posso sentir a paz que tanto desejo, pois tenho quase tudo o de que preciso.
  39. Sinto compaixão por aqueles e aquelas que sentem dores maiores que as minhas, que sentem fome real, de alimentos, por aqueles e aquelas que nada têm, enquanto eu tenho muito mais que poderia sonhar...
  40. Tenho um sonho, então, um sonho de paz.
  41. Um desejo enorme de que um dia esses bilhões de pessoas que existem hoje, todos e todas, alcancem algum sentimento de paz. Paz verdadeira, que independa de se a situação momentânea deles e delas seja boa ou ruim. Um sentimento de paz que atinja a toda a humanidade. Um sonho de paz para o mundo. Um sonho de felicidade. Felicidade para todos.
  42. Por que se não temos tudo o que queremos podemos imaginar um sonho de solidariedade entre nós humanos, que nós atinjamos esse sonho de paz para todos, que não falte alimento, que nada falte, ainda que falte muito, que as necessidades mais elementares sejam satisfeitas, que as pessoas encarem a vida com um sentimento de paz em relação aos seus semelhantes, com relação a si mesmas, que aprendam a perdoar a si mesmas, a amar a si mesmas, que aprendam a sentir paz independentemente de sua situação momentânea.
  43. Desejo esta paz a todos. Que aqueles e aquelas que não têm paz cheguem um dia, senão agora mesmo, a terem paz no coração.

    A paz que vem de Christo é a maior paz que possa existir. Graças dou a Nosso Senhor Jesus Christo, Amém!

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