quarta-feira, 26 de maio de 2010

Considerações sobre a Paz!

Sobre a Paz!

Ijuí, RS, quarta-feira, 26 de maio de 2010. São 20h40min.

Provavelmente qualquer um que ler isto aqui vai ficar pensando: - Paz? Mas estamos em Paz!?

Ora, que importância teria escrever sobre a paz num momento em que no mundo inteiro a paz reina suave e silente!

Estamos viajando em céu de brigadeiro, num oceano em que os ventos sopram a favor e o tempo é bom...

Sim, tudo isso parece ser verdade. É mesmo?

Senão, vejamos:

Nosso país nasceu há mais ou menos uns quinhentos anos atrás no tempo.

De lá para cá enfrentamos alguns poucos conflitos internos que hoje estão completamente resolvidos e alguns conflitos externos em que nos envolvemos motivados por ataques e necessidade de defesa própria: a Guerra do Paraguay e a 1ª e 2ª Grande Guerras.

Fomos aliados não da Europa, mas da Inglaterra e Estados Unidos da América.

Nossa participação só foi maior mesmo na Guerra do Paraguay.

Então estamos em paz.

Porém, ficam certas coisas, clamores silentes dentro de nossas almas, como que gritando pela nossa libertação.

Libertação do quê?

Econômica, por exemplo!

A grande maioria dos brasileiros e das brasileiras não sente paz no coração, ou na mente, como queiram, exatamente.

A grande maioria vive em favelas violentas e sente na própria existência a agressão física, a pobreza, condições desumanas de vida. Isto não é paz!

Já os ricos vivem uma paz sitiada, vivem livres, mas presos entre grades que os protegem.

Lembro-me de meus filhos indo e vindo até altas horas da noite, ainda pequenininhos, livres, verdadeiramente livres no bairro em que morávamos, por que lá não havia violência.

É claro, não dá para generalizar as coisas.

Como afirmei em outro trabalho, quando a gente vê os outros terem estímulos através da mídia, seja ela eletrônica, computadores, ipods etc., a gente fica com a necessidade psicológica de ter algo parecido, queremos os mesmos estímulos. Sim, estímulos, especialmente entre a gurizada é importantíssimo.

Como a maioria dos brasileirinhos e das brasileirinhas não têm estes estímulos, a necessidade fica insatisfeita.

De onde vêm estes estímulos? Das fábricas de brinquedos americanas. Eles estudam a mente humana a fim de descobrir coisas que façam os estímulos aparecerem diante de nossos olhos e ouvidos, e depois transformam tudo isto em brinquedos, como os ipods, para o quê? Vender, lucrar, ganhar dinheiro.

Por um lado é bom. Os estímulos para a gurizada são necessários.

Por outro lado é ruim. Há muita corrupção moral na internet e também é ruim o fato de que nós não produzimos estes brinquedos caros.

Então, nossa paz é uma paz em que as necessidades tanto das pessoas, as mais pobres, e as do país, nação, como um todo, estão insatisfeitas.

Não é para defender o lucro dos empresários capitalistas brasileiros, mas para defender a geração de impostos que poderiam acabar revertendo em estímulos semelhantes nas escolas, igualmente como é entre os ricos.

Então, se temos necessidades semelhantes, de estímulos para a gurizada, se temos fome de gerar impostos aqui, se temos necessidades não satisfeitas, nossa paz é uma paz pela metade.

Não conseguimos dormir, a não ser os(as) alienados(as), tranqüilos(as) completamente, pois sabemos que menos dia, mais dia, aquilo vai ir pro furaco.

A vida vai nos cobrar caro esta paz pela metade.

No entanto há caminhos estreitos e seguros, ainda que apertados, e os largos e fáceis.

Escolhamos os caminhos estreitos e seguros, ainda que apertados e apinhados de gente.

Por que os caminhos largos e fáceis dão na perdição.

Vi outro dia no YouTube, um menininho americano, de quem não lembro o nome, muito lindo, com olhos azuis a cantar uma música de Michael Jackson.

Parecia um anjo. Penso agora nos nossos menininhos e nossas menininhas, eles e elas têm também os mesmos sonhos e as mesmas esperanças que este menininho americano.

Têm todos eles e todas elas as mesmas necessidades. Só a geração de empregos dignos e bem remunerados aqui, ou seja, através da criação de indústrias e investimentos em mercado interno do nosso país, nação, é que conseguiremos tomar o rumo dos estímulos para nossas vidas. Estímulos econômicos, aos quais teremos que reagir positivamente. E neste feedback a resposta da realidade será mais justiça social e meninos e meninas crescendo com estímulos, aprendendo a ser inteligente, mais gente com ética na política, por exemplo, e também menos roubos e menos falcatruas.

É preciso que nos importemos com o bem público agora, enquanto dá tempo. Que votemos certo. Quem me dera houvesse eleições todos os anos. Para qualquer cargo público. Aí nossa democracia se consolidaria. Pois é votando que se aprende a votar, a escolher. A separar o joio do trigo.

É assim que se fortalece uma democracia.


 


 


 

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